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Hospital Municipal realiza primeira captação de órgãos de 2025

Procedimento realizado nesta quinta-feira (13) viabilizou transplantes para salvar vidas, reforçando a atuação do Paraná como referência nacional na área

Nelio Sander
Por: Nelio Sander
14/02/2025 às 11h01
Hospital Municipal realiza primeira captação de órgãos de 2025
Assessoria

Nesta quinta-feira (13), o Hospital Municipal de Foz do Iguaçu realizou a primeira captação de órgãos de 2025. O procedimento foi conduzido por meio do Hospital do Câncer de Cascavel e da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), reafirmando o compromisso da unidade com a política de transplantes do estado.

A intervenção aconteceu no período da manhã, no centro cirúrgico do hospital. O doador, um homem de 54 anos, teve a morte encefálica confirmada após a realização de protocolos médicos rigorosos. A captação viabilizou a doação de rins, fígado, coração para válvula e glóbulos oculares, que serão destinados a pacientes compatíveis.

"A CIHDOTT se dedica incansavelmente a ajudar as pessoas que aguardam na fila por um órgão, pois essa fila é composta apenas por quem precisa, não por quem doa. Nosso compromisso é sensibilizar a sociedade sobre a importância da doação de órgãos e trabalhar para dar voz a essas pessoas que esperam por uma segunda chance de vida", reforçou. 

A diretora-presidente do Hospital Municipal, Iélita Santos, destacou que o hospital desempenha um papel estratégico no fortalecimento da política de transplantes no Paraná. “Nosso estado é líder nacional em transplantes, e a atuação do Hospital Municipal reforça essa posição. A captação de órgãos é um ato que salva vidas e evidencia a importância de um sistema estruturado e eficiente”, afirmou.

Em 2024, o Hospital Municipal de Foz do Iguaçu registrou 49 notificações de potenciais doadores, resultando em 26 captações. Em 2023, foram 48 notificações e o mesmo número de captações convertidas. Esses dados colocam o hospital entre os principais centros de captação de órgãos do Paraná, consolidando sua relevância dentro da política estadual de transplantes.

Paraná líder

O Paraná segue na liderança nacional em transplantes de órgãos, conforme apontado na mais recente publicação do Governo do Estado. Somente em janeiro, realizou 68 transplantes, batendo o próprio recorde. Em 2024, o Estado reafirmou sua liderança nacional em doações e transplantes de órgãos e, em diversos indicadores, registrou os melhores resultados em seis anos. De janeiro a setembro, o Estado atingiu uma taxa de 42,8 doações por milhão de população (pmp), mais que o dobro da média nacional, de 20,3 pmp.

O Sistema Nacional de Transplantes, coordenado pelo Ministério da Saúde por meio da Coordenação-Geral do Sistema Nacional de Transplantes, é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes no Brasil. O SNT integra as secretarias de saúde de todos os estados e municípios, formando uma estrutura coordenada que centraliza a notificação de doações e providencia a logística adequada para que órgãos e tecidos cheguem em condições ideais aos receptores.

Dentro dessa estrutura, cada estado possui sua própria Central Estadual de Transplantes, que gerencia o processo de doação e transplante em âmbito estadual. No Paraná, a Central Estadual de Transplantes (CET/PR) coordena atividades relacionadas à doação e transplante de órgãos e tecidos. 

Para otimizar o processo, o estado é dividido em macrorregiões, cada uma assistida por uma Organização de Procuradoria de Órgãos (OPO). As OPOs são responsáveis por identificar potenciais doadores, manter a comunicação com as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) e coordenar a logística de coleta e transporte de órgãos. No Paraná, existem OPOs em Cascavel, Curitiba, Maringá e Londrina.

Fila de Espera

A fila de espera para transplantes é única e nacional, sendo a mesma tanto para a rede pública quanto para a privada. A ordem de prioridade para receber um órgão é determinada por critérios técnicos, que incluem tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e gravidade da doença. Esses critérios visam garantir a equidade e a eficiência na distribuição dos órgãos, garantindo que os pacientes em condições mais críticas tenham prioridade na obtenção de um transplante.

Critérios

No Brasil, para ser doador de órgãos, não é necessário formalizar o desejo por escrito, mas sim comunicá-lo à família, já que a autorização para a doação deve ser concedida por familiares em caso de morte encefálica.

Há dois tipos de doadores: o doador vivo e o doador falecido. O doador vivo pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não comprometa sua saúde. Ele pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou uma parte do pulmão. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores, enquanto não parentes só podem doar com autorização judicial. Menores de 21 anos precisam da autorização dos responsáveis.

Já o doador falecido é aquele que teve morte encefálica confirmada e pode ter órgãos e tecidos captados para transplante. Esses doadores, de maneira geral, são vítimas de traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC).

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